terça-feira, junho 21, 2005

Anjos de Verão


Carícias antigas caíram no meu sono,
Aconcheguei-as junto ao peito
Como quem mata um cabrito.
Amei em silêncio e a ti também.

Carroças de bois, terra aguilhotinada,
Lâminas de pinheiros em fardos de ar.
Tive medo por mim e por todos nós,
Com os pés presos em blocos de cimento.

Pensei ouvir teu clamor no orvalho,
Mas era o verão a trepar pela calha.
Inclinado no teu dorso senti-o
Forçar as cortinas do nosso olhar.

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