sábado, fevereiro 21, 2009

De que precisam os nossos filhos para serem felizes?

De que precisam os nossos filhos para triunfar na vida? Que instrumentos indispensáveis necessitam para puderem seguir o seu rumo? Estas são as perguntas que mais faço quando olho para a minha filha e suponho que a maior parte dos pais faz. A sociedade actual é competitiva ao extremo, atribuindo à possessão de objectos um valor que extravasa em grande medida o seu real valor. Claro que necessitamos de dinheiro para termos tranquilidade e conforto, mas não competindo uns com os outros como hienas em volta de uma presa, desesperadas por conseguirem o seu pedaço, mas todas de barriga cheia. A crise económica que o mundo atravessa é reflexo dessa ganância de consumo e da vitória sobre os demais, não se pestaneja em calcar o semelhante se isso trouxer dinheiro, não conforto, não tranquilidade, só dinheiro, consumo e estatuto. Individualmente não temos limite na possessão; mais, mais e mais parece ser a palavra de ordem, enquanto outros gritam por um pouco, um pouco, um pouco. Esta competitividade está a ser passada às crianças que irão ter ainda mais dificuldades em impor-se num futuro que se lhes apresenta sombrio. Por isso tentamos dar-lhe as melhores escolas e educação, mesmo que com isso tenhamos de fazer muitos sacrifícios. Estarão elas preparadas para um futuro de abutres? Como se prepara uma criança para um mundo de pesadelos consumistas? Devemos incutir-lhe essa moral da conquista individual ou invés ensinando-os a respeitar os outros como seus iguais, a serem empáticos e solidários? Prefiro claramente a segunda hipótese, parece-me que se o caminho continuar a ser a vitória individual em deterioração da ascensão colectiva, o fim da humanidade espreita ao virar da esquina. O que lhes transmitem no ensino privado? E nas públicas? Que valores lhes incutem nas escolas onde os deixamos todos os dias? O caminho mais duro é o da igualdade que origina por inerência a justiça social, mas é o único possível para uma sociedade futura, solidária e pacífica. De que precisam afinal os nossos filhos para serem felizes?

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