terça-feira, abril 04, 2006

Ouço um autocarro na noite

Ouço um autocarro na noite,
Ofegante na desacelaração em desabafo,
Lambe a curva apertada
Antes da acelaração desesperada,
Rasgando passados esquecendo promessas,
Para a frente é que é estrada.

Quem levará aquele carro,
A esta hora da madrugada?
Que Porto procuram os viajantes?
Preferem crescer embriegados
Dos crescidos adultos mutilados,
Ou presos no cansaço de um coração tardio?

Decidi, quero entrar,
Não espero nem mais um segundo,
Parem o mundo que quero meter o pé,
E como um intruso participar,
Nesta farsa burlesca, deveras dantesca.
Coluna direita, olhos em frente.

3 comentários:

lpf disse...

É esse o Porto que eu conheço...

Anónimo disse...

aqui, onde moro, as noites não tem nem o mistério nem o encanto que descreves...
Guimarães passa no tempo na calma gasta das suas pedras e da sua história, sem pressas de apanhar o autocarro nem vontade de partilhar o taxi com um desconhecido ás tantas da noite.

Anónimo disse...

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