domingo, julho 31, 2005

Avô

Dei comigo a pensar no meu avô e do muito que ainda poderia ter aprendido com ele, as aventuras de vida de um rapaz que com dezasseis anos é arrancado da aldeia para trabalhar numa fábrica na cidade, foi o que mais deixei escapar; se lhe tivesse prestado mais atenção, contava-vos com certeza outra coisa neste post. Mas tentem compreender, eu era apenas um miúdo borbulhento quando ele desapareceu, um catraio a tentar encontrar a melhor forma de encaixar a caixa de ossos no mundo. De qualquer maneira, tudo que quero dizer, é que só sabemos para onde vamos quando compreendemos de onde viemos.

sábado, julho 30, 2005

sexta-feira, julho 29, 2005

Oh Socrates Socrates what have we done?

Tell me true tell me why was Jesus crucified
Is it for this that daddy died?
Was it for you? Was it me?
Did I watch too much T.V.?
Is that a hint of accusation in your eyes?
If it wasn’t for the Chinese,
Explore there people so good,
The factories of textiles still be open

And it can't be much fun for them

Beneath false communism
With all their brains running away
What have we done Socrates what have we done
What have we done to Portugal
Should we shout should we scream
"What happened to the 25 de Abril dream?"
Oh Socrates Socrates what have we done?


*Pink Floyd "The Final Cut" - Post War Dream
*Colagem para a realidade portuguesa

quinta-feira, julho 28, 2005

Porto, 28/7/05, 6 da manhã

Acordei com gritos de gaivotas em nuvens pretas e buracos de azul; voavam em círculos lunares. Quando acalmaram, um galo laranja empoleirou-se num telhado distante e um cão latiu entre as filas de casas. Apaguei o cigarro e pequenos pássaros detectives piaram entre a caruma do pinheiro. A madrugada na cidade pertence aos animais urbanos.

quarta-feira, julho 27, 2005

Sol da meia-noite

Agora um post egocêntrico


Uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos.

terça-feira, julho 26, 2005

Amor incondicional

Só posso dizer que o meu coração desmaia de espanto sempre que a Leonor abre os olhos.

Com esta frase, faço por agora uma pausa de posts relacionados com paternidade, apesar de este ser um tema a que vou voltar sempre; sabem, tenho medo de ficar demasiado lamecha para alguém me aturar e com textos carregados de adjectivos como linda, frágil, bonita, doce e substantivos como ternura, felicidade e Amor. A verdade é que não tenho talento suficiente para escrever o que realmente me corre na alma e ter um filho é uma experiência que tem de ser vivida para se compreender.

Obrigado a todos e parabéns para pais e mães...

segunda-feira, julho 25, 2005

Chiiuuuu...

...não façam barulho, não falem alto, não batam com as portas, nem arrastem os pés. A minha filhota finalmente adormeceu e a mãe e eu precisamos muito de dormir.

quarta-feira, julho 20, 2005

Nasceu a minha filhota

Amigos que passam por este blog e mundo em geral.
Fui pai no dia 19 de Julho de 2005 às 16h03m, estou eufórico.

Correu tudo bem. Volto brevemente.

terça-feira, julho 19, 2005

As Ilhas

Chegamos à ilha de barco, numa enorme e bonita traineira chamada Espuma que vendo terminados seus dias de faina, se reciclou ao transporte de turistas. Mal a Espuma começa a sulcar as primeiras ondas, pequenas ilhas como que saltando do mar, abrem um estreito desfiladeiro por onde o barco passa. Todas estas pequenas ilhas têm um farol para guiar os marinheiros incautos em noites de breu. A maior parte delas tem apenas espaço para o farol, parecendo a quem se aproxima de norte, enormes falos neptunais saídos da água. Mais à frente e quando as ondas começam a crescer em forma de u’s invertidos e as primeiras indisposições aparecem entre os passageiros, duas grandes ilhas surgem no horizonte; a primeira com um rabo largo em forma de pêra e a segunda estreita como um cigarro. A Espuma levanta a proa e funde-se agora no sopro salgado. Este foi o pôr-do-sol mais real que até hoje tive a oportunidade de admirar, as nuvens a servirem de filtro natural, permitindo o olhar nu. O meu sócio não partilha a minha emoção e, sentado na ré, maldiz a hora em que se tinha deixado convencer a tal viagem; pela face escorre-lhe um visco amarelado de enjoo.

segunda-feira, julho 18, 2005

Leituras 3



Pequenas histórias de difícil digestão.

domingo, julho 17, 2005

Restos (Parte II)

A Subir

Ajeitei o cabelo no espelho do elevador. Deve ser um bom emprego ficar atrás dos espelhos dos elevadores. Será que ganham bom dinheiro? Procurei não exagerar nos arranjos, não queria que pensasse que era vaidoso. Ao sair sorri e fiz uma vénia, só para lhe dizer que eu não era nenhum estúpido e sabia perfeitamente que ele estava do outro lado.

A Descer

Agarrei-lhe a mão e entramos no elevador. Bem me quer, mal me quer, as luzes passavam pelos andares, bem me quer, mal me quer. Fez uma careta ao espelho quando saímos. Será que também sabia do homem que lá estava? Poderá tal coisa estar ligada aos genes? Ao DNA? Será que uma coisa como saber que existem homens atrás dos espelhos dos elevadores passa de pais para filhos? Mal me quer. Pim!

Na Rua

Os satélites no espaço devem descarregar raios e fluxos energéticos capazes de fritar a massa cinzenta da humanidade. Será que alguém já tinha estudado isso?

sábado, julho 16, 2005

E.R.V.A.



Noites e madrugadas, palestras sem fim.

sexta-feira, julho 15, 2005

Cinema ao ar livre...

Não posso ver cinema ao ar livre!



Principalmente quando há um bar perto!



Não me consigo concentrar, perco o sentido ao filme e falamos da guerra do Iraque.

quinta-feira, julho 14, 2005

Depois de um ano e dez dias...

Ontem, no centro da cidade, um grego pediu-me direcções. Eu, com toda a boa vantade do mundo, indiquei-lhe o caminho e perguntei se estava a gostar de Portugal, ao que ele respondeu em perfeito inglês:
- Off Course, it's the country where we win the European Championship.
Franzi o sobrolho e ele respondeu cordial:
- Sometimes we win, sometimes we lose.
Ao que eu respondi entredentes em português dos arrebaldes:
- Se fosses mas é à berdamerda!

quarta-feira, julho 13, 2005

Cinemascópio

CINEMASCÓPIO - CICLOS DE CINEMA TEMÁTICOS
CICLO "REPOSIÇÕES AO AR-LIVRE"
TODAS AS SEXTAS ATÉ AO FIM DO MÊS DE JULHO

SESSÃO DE SEXTA-FEIRA 15 JULHO - 21H45
O Estrangeiro Louco, de Tony Gatlif

Auditório do Círculo Católico de Operários do Porto
Rua Duque de Loulé, 202 - Porto

ENTRADA LIVRE

terça-feira, julho 12, 2005

segunda-feira, julho 11, 2005

Era uma vez...

...um blog que só escrevia sobre outro blog para ser lido por esse mesmo blog, e só quando esse blog desapareceu, é que o nosso blog compreendeu a alhada em que se tinha metido.

domingo, julho 10, 2005

Às voltas na noite

É bom encontrarmos amigos que não vemos há séculos.

e...

Sempre que entro num sítio onde está dar U2 os meus sentidos animam-se Não me perguntem porquê eu até já não os ouço em casa há séculos.

sábado, julho 09, 2005

sexta-feira, julho 08, 2005

The Blues Are The Roots; Everything Else Are The Fruits*



The Blues, com produção executiva de Martin Scorsese, consiste em sete filmes, com visões de sete realizadores (Martin Scorsese, Wim Wenders, Richard Pearce, Charles Burnett, Marc Levin, Mike Figgis e Clint Eastwood), que capturam a essência dos Blues, enquanto exploram em simultâneo como é que esta forma de arte influênciou a música e as pessoas de todo o mundo.
Muito, muito bom e já sabem, se não tiverem 90 euros para mandar vir pela net, ou não encontrarem em nenhuma loja (como eu não encontrei), descarreguem pelo emule.
*Willie Dixon

quinta-feira, julho 07, 2005

Atentado em Londres

Nestas alturas parece que sinto uma empatia com a guerra ao terror de Bush. Felizmente racionalizo.

quarta-feira, julho 06, 2005

terça-feira, julho 05, 2005

Restos

Agora tem uma câmara digital que não larga. Tira fotos a tudo, desde filas de trânsito, montras, candeeiros da rua, anúncios em néon, aviões, fotos a mãos, pés e lábios. Anda como que anestesiado pela cidade à procura de coisas para guardar na máquina, sejam usuais ou não, tudo lhe interessa. Na semana passada a mãe disse-me que o seu último divertimento era tirar fotos à televisão, numa cadência de flashes que andavam a pôr a sua sanidade mental à prova. Segundo entendi, quer construir um diário fotográfico. Ao fim do dia, antes de se ir deitar, escolhe as três melhores fotos e arquivava-as num conjunto de ficheiros com as datas. Tem já um arquivo de seis meses.
“Quando morrer, - dizia com o dedo no nariz, - alguém vai ver e sentir o mesmo que eu.”
Não consigo compreender como um miúdo de sete anos fala da morte como uma realidade objectiva.

segunda-feira, julho 04, 2005

domingo, julho 03, 2005

Nesse dia comi o maior gelado

“De que clube queres ser?”
“Não sei.”
“Só podes ser de três, Porto, Boavista ou Salgueiros.”
“Não posso ser do Sporting?”
“Não, tu não queres ser do Sporting. Vá lá, Porto, Boavista ou Salgueiros?”
“Não sei.”

...
“Aqui é o estádio de Vidal Pinheiro, gostas?”
“É giro.”
“Este é o estádio do Bessa. Então que achas?”
“É bem maior do que o outro!”
“E este é o estádio das Antas.”

sábado, julho 02, 2005

Live Aid & Live 8



É inadmissível e grotesco pensar que morre uma criança à fome e doente em cada três segundos.
A guerra ao terror deve começar aqui, perdoar a dívida africana, fornecer medicamentos baratos a quem está doente acabando com a avareza das farmacéuticas, comércio justo e não de portas trancadas, porque enquanto morrer uma criança em cada três segundos, o mundo vai continuar um inferno.

Há vinte anos o Live Aid pouco mudou, ficou a indignação, as lágrimas de cada vez que um miúdo com a cara crivada de moscas aparecia na televisão e uma noite inteira de concertos e discursos. Quero acreditar que agora é diferente, que hoje existe uma real possibidade de a pressão por nós exercida dar frutos. Assinem as declarações nos sites em baixo.

www.makepovertyhistory.org
www.one.org
www.live8live.com
www.pobrezazero.org
www.pressureworks.org

sexta-feira, julho 01, 2005

A ler um livro


Será de princesas e dragões? Ou o resumo das novelas?