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quinta-feira, março 12, 2009

Literatura e Filosofia II

Pode existir boa e má literatura mas má filosofia não é filosofia.

sexta-feira, março 06, 2009

Literatura e Filosofia

A longo prazo, sempre preferi os sujeitos que para justificar algo contam uma história mirabolante, do que aqueles que tentam um esboço da verdade.

sábado, fevereiro 14, 2009

Hannah Arendt


Uma pérola da literatura que se tinha escondido da minha curiosidade até ao dia de hoje. “Homens em tempos sombrios”, de Hannah Arendt, é uma viagem de pontes entre homens de génio, revolucionários, apátridas, poetas e filósofos encravados no seu tempo, no seu triste tempo. Mas na busca de Arendt só a humanidade parece interessar, apenas o desocultar da humanidade, escondida do espaço público, pelas obras maiores de cada dos seus homens. A escrita de Arendt nem sempre é simples e facilmente descortinada, mas quando o texto se liberta de análises filosoficas duras, chega a comover, e ao longo do livro, Arendt aponta direcções e desembaralha incorrecções no novelo da vida de homens como Lessing, Walter Benjamin, Bertold Brecht ou Hermann Broch, que “foi poeta à sua própria revelia” e mulheres como Rosa Luxemburgo, a revolucionária polaca, ou Karen Blixen e a sua Xerazade interior, Arendt encontra peculiaridades escondidas, traços que escaparam aos biógrafos, pequenas minúcias que espantam pela análise certeira e perspicaz. “Homens…” está ao nível da melhor literatura que conheço, ao jeito de Borges que estranhamente, ou talvez não, me veio à memória mal entrei nas primeiras linhas deste… romance? “Homens...” é uma concha recheada de belíssimas pérolas sobre a realidade que escapa aos sentidos.

“Homens em tempos sombrios” – Hannah Arendt
Colecção Antropos – Relógio D’Água

segunda-feira, dezembro 08, 2008

10 livros de 2008

Balanço literário do ano de 2008:

1 - "A estrada" - Cormac McCarthy (Relógio D'Água)
2 - "Na minha morte" - William Faulkner (Dom Quixote)
3 - "Indignaçao" - Philip Roth (Dom Quixote)
4 - "Discurso do método" - René Descartes (Edições 70)
5 - "Os imigrantes" - W.G. Sebald (Teorema)
6 - "O mal de Montano" - Enrique Vila-Matas (Teorema)
7 - " O Ouro" - Blaise Cendrars (Assírio & Alvim)
8 - "Que quer dizer tudo isto? - Uma iniciação à Filosofia" - Thomas Nagel (Gradiva)
9 - "Sputnik, meu amor" - Haruki Murakami (Casa das letras)
10- "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens" - J.J.Rousseau (Europa-América)

sexta-feira, novembro 28, 2008

Cormac McCarthy



Fiquei a conhecer Cormac McCarhy atráves do filme dos irmãos Coeh "Este pais não é para velhos", de quem é autor do livro que lhe deu origem. Fiz umas pesquisas e cheguei até ao último livro "The Road". Sentado no sofá, li o livro muito rapidamente e sempre em estado de alerta constante. É uma viagem tenebrosa por aquela estrada, mas é uma viagem feita de um grande Amor que sobrevive apenas com o seu próprio fogo. Não é uma leitura fácil, é árido e por vezes brutalmente carnal, mostra a perversidade humana no seu estado mais animal, mas acaba com a esperança que guia o livro desde a primeira página. Nunca perdoaria o autor se o final não fosse como é, perfeito. O livro é muita coisa, mas acima de tudo é uma grande e belissíma metáfora à paternidade e aos dias que correm onde nada nos parece seguro e garantido. É a viagem do compromisso ao Amor, sem contrapartidas, que todos fazemos com os nossos pais que mais tarde vão ser os nossos filhos.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Teorema Versus Nick Hornby



O que se passa com a Teorema e as traduções dos livros de Nick Hornby? Já em 2005 (http://buraconaparede.blogspot.com/2005_05_05_archive.html), detectei erros ortográficos, ou melhor, faltas de atenção imperdoáveis no livro "Alta Fidelidade" deste autor. Agora foi com "Um grande Salto".

"Mas lhe podes dar o número do meu telemóvel" - pág.129
"...porque nenhum dos outros percebia nada de do assunto." - pág.196
"...dois deles a sussurrarem anedotas portas..." - pág.215
"...que gere uma empresa multinacional às noite..." - pág.223
"Não gostastes que eu dissesse que eu era teu pai..." (frase sem sentido no contexto) - pág.225
"...e eu tinha de o ajudar a na leitura." - pág.324

domingo, março 30, 2008

Blaise Cendrars, Aventureiro e Escritor

Lendo o "Os livros da minha vida" de Henry Miller, encontrei da parte do escritor, uma grande e incondicional admiração por Blaise Cendrars de quem nunca tinha ouvido falar. Como sou um grande admirador da obra de Miller, fui à procura de Blaise Cendrars. Já sabia muito sobre este autor depois de ler as trinta páginas que Miller lhe dedica em "Os livros...", mas precisava de confirmar lendo a obra. Comprei "O Ouro", publicado pela Assírio & Alvim, com tradução de António Mega Ferreira, e que escreve assim no prefácio de quem também é autor: "O que fascinava Cendrars na história de Johann August Suter não era de ordem diferente daquilo que pode fascinar o mais comum dos mortais: como, por um golpe de vontade, se constrói uma fortuna; e como, por um golpe de azar, se perde a fortuna, por causa de uma fortuna ainda maior. Em meia dúzia de anos, Suter, o homem que atravessara a pé a fronteira entre a Suiça e a França, crivado de dívidas e fugido aos credores, cruzou o continente americano e ancorou na Califórnia, em vastos territórios inexpugnáveis, que, com sentido de organização e disciplina, começou a colonizar. Enriqueceu num instante, o tempo que leva Cendrars a escrever duas ou três páginas." Miller fala assim das personagens de Cendrars: "...é raro vermo-lo emitir julgamentos em relação aos outros. O que se nos depara é que, ao pôr a nu as fraquezas ou as faltas das suas personagens, ele está a revelar, ou a esforçar-se por revelar, a sua natureza heróica essencial. Todas as diferentes figuras - humanas, todas elas demasiadamente humanas - que povoam os seus livros são glorificadas no seu ser básico, intrínseco." Espero ter-vos aberto a curiosidade, eu por mim li o "O Ouro" numa noite de insónias, ontem, como era costume acontecer a Cendrars.

quarta-feira, março 26, 2008

Henry Miller, 1952

Uma citação que me chamou a atenção, num livro que ando por estes dias a ler.
"Nesta época, em que se acredita existir um atalho para tudo, a maior lição a aprender é que o caminho mais difícil é, a longo prazo, o mais fácil. Tudo o que nos é apresentado nos livros, tudo o que parece tão terrivelmente vital e significativo, não passa de uma parcela ínfima daquilo que lhe deu origem e que está ao alcance de toda a gente. Toda a nossa teoria educacional se baseia na ideia absurda de que devemos aprender a nadar em terra antes de nos atirarmos à água. Isto aplica-se ao estudo das artes, bem como à busca do conhecimento. O homem continua a ser ensinado a criar estudando obras de outros homens ou fazendo planos e esboços que não estão destinados a materializar-se. A arte da escrita é ensinada na sala de aulas em vez de ser no âmago da vida. Os estudantes continuam a receber modelos que, supostamente, se devem adaptar a todos os tipos de inteligêngia. Não é de estranhar que produzamos melhores engenheiros do que escritores, melhores peritos industriais do que pintores."
Henry Miller no prefácio de "Os Livros Da Minha Vida" - Antígona

sábado, março 15, 2008

Sam Shepard

Foi em 1943 que Sam Shepard nasceu. O seu pai era piloto da força aérea e os anos em que passou perseguindo o pai de base para base causaram-lhe forte impressão, senão os temas para as suas primeiras peças dramáticas: "Eu sinto que nunca tive uma casa, compreendem? Sinto-me ligado a este pais, mas nunca sei exactamente onde pertenço...Existe sempre este nostalgia por um lugar, um lugar onde consiga encontrar-me comigo mesmo."
Estes dados biográficos de Sam Shepard, retirados de http://www.todayinliterature.com/biography/sam.shepard.asp#top, são exactamente as sensações que retiro quando leio as suas peças ou os seus contos, uma permanente procura de algo que teima em nunca chegar, as corridas infernais, mesmo dentro de um pequeno espaço, nas peças de teatro, ou em planícies a perder de vista, com rancheiros, cowboys e gente deslocada no espaço e no tempo, como primordialmente acontece nos seus contos, são fruto desta ausência de sentido de pertença muito vincado na obra de Shepard. Para quem quiser conhecer um pouco da obra deste autor sugiro estas obras.
Crónicas Americanas (Motel Chronicles), da Difel, revela o mundo vertiginoso e por vezes surpreendente do homem, por detrás das peças que tornaram Sam Shepard uma lenda viva do teatro contemporâneo. Shepard escreve neste livro pequenas crónicas autobiográficas – o nascimento em Illinois, memórias da infância na base militar de Guam, em Pasadena e na Califórnia do Sul, as suas aventuras como rancheiro, criado de mesa, músico de rock, dramaturgo e actor de cinema.Muitos temas deste livro estão na base da peça Superstitions e de Paris, Texas, o filme de Wim Wenders de cujo argumento é autor e que, em 1984, recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Loucos por Amor (Fool For Love), da Relógio D'Água é uma peça teatral que contém algumas das histórias mais intensas e comoventes que Sam Shepard escreveu. Shepard cria dois personagens, May e Eddie, enredados na força de um desejo que não pode ser satisfeito.

sexta-feira, março 14, 2008

Raymond Carver


Raymond Carver nasceu em 1938, no seio de uma família muito pobre. Empregou-se numa serração de madeira e, aos 19 anos, casou. Para sustentar a família foi porteiro de um hospital, vendedor de enciclopédias, motorista de pesados, empregado numa bomba de gasolina, etc.., conseguindo, porém, tempo para frequentar um curso de "escrita criativa". Após vários dramas provocados pelo seu alcoolismo, a mulher deixou-o definitivamente em 1977. Conheceu a poetisa Tess Galagher, com quem partilhou os últimos onze anos da sua vida. "Queres fazer o favor de te calares?" (Teorema, 1989), "De que falamos quando falamos de Amor" (Teorema, 1987) e "Catedral" (Teorema, 1983), são os livros de contos mais conhecidos entre nós. Infelizmente, já não conseguiu vir a Lisboa, onde o esperávamos em Outubro de 1988. A morte prematura, em consequência de um cancro, levou-o a 2 de Agosto de 1988.

Um dos contistas norte-americanos que realmente me ficou na alma. Muitas passagens dos seus textos aparecem na minha cabeça sem serem convidados e em ocasiões estranhas e inoportunas. Raymond Carver não é fácil, pelo contrário é chato, é provocante, é intrigante mas quem quiser ler para não ficar como estava, os contos de Raymond Carver contém a promessa de não deixar ninguém emocionalmente ileso.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Leituras 11


Não gostei tanto como "Os nomes", mas não deixa de ser mais um romance conseguido por Don Delillo, este do ano de 1991. Convém reter uma frase deste livro, que nada tem de especial, mas, e depois de três dias de documentários sobre o 11 de Setembro (até sonhei com aquilo), achei interessante transcrever.
" Da janela virada a sul avistavam-se, recortadas na noite, as torres do World Trace Center, extremamente proximas e densas. Nelas, a palavra "ameaça" surgia em toda a extensão, toda a iminência da sua força."

segunda-feira, maio 01, 2006

Leituras 10


"O que teria acontecido nos EUA e no mundo se o célebre aviador de ideias anti-semitas, Charles Lindbergh, se tivesse apresentado às eleições em 1940 e tivesse derrotado Franklin Roosevelt?"

O livro é muito bom, todos os Philip Roth são aliás muito bons. Apesar de não ser um romance como "A Mancha Humana", inteiramente centrado em questões individuais, "A Conspiração" é sobretudo um livro sobre a comunidade judaica nos EUA antes da segunda grande guerra. O narrador é o filho mais novo de uma família judaica que encarna a comunidade em todas as facetas.
Apesar da ficção, notei ainda a omissão a todas as outras raças dos EUA que foram, com ou sem Lindbergh, oprimidas nesses anos.

quarta-feira, março 15, 2006

Mais Uma Surpresa em Santiago


Santiago 2006

Enquanto passeava em Santiago tive uma surpresa. Confesso que já li quase tudo de Hemingway, sou um quase fã. De Gonzalo Torrenze Ballester li o "Romance de Pepe Ansurez" e o muito bom "Crónica do Rei Pasmado" que aconselho a toda a gente. A surpresa foi viverem os dois nesta casa, noutrora Hotel Suizo, a placa não diz se conviveram juntos, mas estou certo que sim, que juntos beberam algumas Estrella Galiza junto à Catedral. Cada vez que vou a Santiago tenho uma surpresa, adoro as impressões daquela cidade celta e misteriosa. Sempre me senti galego quando estou na Galiza, mais do que português em algumas zonas de Portugal.

segunda-feira, março 06, 2006

Vian



Foi ele que me agarrou nos cabelos, atirou a minha cabeça para a parede, resgatou o meu corpo da preguiça nostálgica, quando tudo que queria era descansar por um minuto.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Leituras 9


Comprei este livro por ser o terceiro ou segundo melhor classificado numa edição que o Mil Folhas fez, onde convidou vários escritores a elegerem o melhor livro que leram em 2005. Não estou nada arrependido o livro é belo e cheio de humor. É a história de um aspirante a escritor ou exilado cultural espanhol que vive num sotão em Paris, alugado por Marguerite Duras. Recomendo a leitura de Paris É Uma Festa de Hemingway para melhor se absorver na atmosfera deste livro.

sábado, janeiro 07, 2006

Os melhores livros que li em 2005

Indo de encontro à edição de hoje do Mil Folhas (Balanço 2005), deixo aqui os melhores livros que li em 2005. Não estão em ordem de preferência (isso não consigo fazer), e a maior parte nem são edições de 2005.


A Mancha Humana
Philip Roth
Ed. Dom Quixote

Ruído Branco
Don Dellilo
Ed. Presença

Pensei Que O Meu Pai Era Deus
Paul Auster
Ed. Asa

Memória Das Minhas Putas Tristes
Gabriel Garcia Márquez
Ed. Dom Quixote

Luz Em Agosto
William Faulkner
Diário de Notícias

O Chão Que Ela Pisa
Salman Rushdie
Ed. Dom Quixote

Alta Fidelidade
Nick Hornby
Editoria Teorema
(apesar dos clamorosos erros de tradução ou impressão)

American Buffalo
David Mamet
methuen – modern plays

Loucos Por Amor
Sam Sheppard
Relógio D´Àgua

Teatro I e II

Harold Pinter
Relógio D´Àgua

domingo, dezembro 04, 2005

Leituras 8



Quando eu for conhecido por deter o record no guiness de comer mais páginas do dicionário alemão/russo enquanto desço e subo as escadas da torre dos clérigos montado num triciclo e um jornalista me perguntar: Quais foram os melhores livros que leu? Eu vou responder, entre mais alguns: "A Luz de Agosto". Por outro lado, ando a tentar ler "O Som e a Fúria", do mesmo autor, há dez anos.

terça-feira, novembro 08, 2005

45 Anos depois.



Quem conhece a obra de Hemingway ou Henry Miller, sabe que há cinquenta anos atrás, e após a libertação nazi, Paris era uma festa. Quem viu o fabuloso filme "O Ódio"(1995) de Mathieu Kassovitz, sabe o que é Paris hoje e não estranha as chamas que por lá se erguem.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Harold Pinter

"Não consigo resumir nenhuma das minhas peças. Não consigo descrever nenhuma. O que sei é dizer: foi assim que se passou, foi isto o que disseram, isto o que fizeram."
Harold Pinter
É um dos meus dramaturgos contemporâneos predilectos juntamente com Beckett e Israel Horovitz, fiquei pois contente por lhe ser atribuído o Nobel da Literatura. Existe um livro da Relógio D'Água com peças traduzidas, editado em parceria (penso estar a dizer a verdade), com os Artistas Unidos, que encenaram grande parte das sua obras em Portugal, aliás, Jorge Silva Melo, director dos Artistas Unidos (diga-se em abono da verdade o grande divulgador do obra de Pinter neste jardim), comprou os direitos de todas as suas obras para Portugal. O livro tem sete peças escritas entre 1957-1964, que são: O Quarto; Feliz Aniversário; O Serviço; O Encarregado; A Colecção; O Amante; Regresso a Casa. Vale a pena ler, sinto no ar reposições, já que encenado só em Lisboa.

terça-feira, outubro 11, 2005

Leituras 7



O mais certo é eu já ter lido estes contos todos. Mas quando passei pelo alfarrabista e o vi na montra a olhar para mim pela lombada, como quem diz de esgueira, não resisti e além disso, o cheiro do papel velho entusiasma-me, para não dizer que me excita. Dois euros foi o preço.