sexta-feira, abril 25, 2008

25 de Abril Sempre


Era muito pequeno, tinha dois anitos. Lembro-me de festejar o 1 de Maio com os meus pais na Avenida da Liberdade, no ano em que tudo correu mal e a polícia agrediu jovens e velhos. Ouvi contar as manobras que o meu pai fez para não ir para ultramar lutar por uma guerra em que não acreditava. Por pouco não sou Francês de Paris de França. Tudo se resolveu e o meu pai lá seguiu para os açores onde salvo erro penou dois ou três anos. A alegria era finalmente gritada pelas ruas. Nunca a recordação do 25 de ABRIL foi tão necessária como agora, quando nos obrigam a concordar com Tratados Europeus e etc e tal, que não sabemos bem o que são. Quando nos impigem uma teoria de educação podre e minada do salve quem puder, alunos incluídos, uma precariedade no trabalho, a subjugação, a denúncia etc e tal. A liberdade é o que faz de nós homens e temos obrigação de a exigir. NÃO ME OBRIGEM A VIR PARA A RUA GRITAR!



REPREENSÃO

Depois de fuzilado
ao levar
o tiro na nuca pra acabar
chateou-se
e viu-se obrigado
a explicar
ao major
que comandava o pelotão
que o tinha fuzilado
por favor
preste atenção
e não me obrigue a repetir
a repreensão
na próxima vez
que mandar matar
dê tempo ao morto
pra gritar
convicto
um último viva a revolução.

"Contos do Gin-Tonic", Mário-Henrique Leiria

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