sábado, outubro 01, 2005

Eu Clandestino

Vivo no maior condomínio privado do mundo
Neste mar imenso de prosperidade e riqueza,
Mas não suporto o deformado rosto no espelho,
Que é o da minha própria avareza.

Nas fronteiras, antes aventura,
Nasce agora o arame farpado o betão,
Onde um cartaz pintado de fresco anuncia
Não há lugar para mais nenhum.

Não nasci clandestino
Porque quando a roleta girou,
Para este lado me lançou.

Do outro lado espreitam,
Olhos de esperança e fome,
Milhões de rostos sem nome.

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