sábado, outubro 15, 2005

Joana

Vi-a durante semanas a fio de olhar suplicante. Andava depressiva e sem humor arrastando os ossos pelas ruas da cidade. Até ao dia em que entrou no autocarro com um confortável casaco castanho que lhe assentava na perfeição. Imaginei-a trocando o antigo na casa de banho do shopping para não parecer mal sair da loja com ele vestido. Ficou de repente viva, um novo eu, olhar radiante e luminoso, era uma segunda pele que tinha agora vestida, uma nova identidade, uma camuflagem protegendo a alma, longe desses problemas mesquinhos.

2 comentários:

Anónimo disse...

é... parece que há uns tempos foi o que eu fiz.
mas engraçado, o casaco devia ser magico, porque mudou por fora e por dentro!

Cantareu disse...

Cada vez há no mundo mais "Joanas" e "Joões"...

Se calhar, em dado momento, toca a todos!