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Porque que é que o público americano prestou mais reverência e entusiasmo a Amy? Porque ela é aquilo que uma cantora de blues tem de ser. Aquele redemoinho anárquico que gira na vida privada de Amy, é o que todos queremos ver. As drogas, o álcool, namorado na prisão, clínicas de reabilitação todos os meses. Ela sim tem o direito para cantar os Blues. Terá? Ela sofre o suficiente para a sua voz conter a angústia dos Blues. Sofrerá?
Quem tem direito a quê? Parece-me, de facto, e dou o braço a torcer, que sinto mais a rua, o sangue e a ruína emocional na voz de Amy, do que na de Joss Stone. Serão as letras das músicas? Será impressão? Será indução? Quem sabe? Talvez não seja realmente possível uma miúda sem calos ter a mesma voz de Aretha Franklin. E Amy será uma miúda mimada? Existe sempre qualquer coisa, qualquer coisa que vem de dentro, mas de tão dentro que é impossível imitar. Talvez nada disto tenha importância alguma para quem ouve com prazer a música de ambas. Mas a história, esse rolo compressor, dirá de sua justiça daqui a quase nada.
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