Mostrar mensagens com a etiqueta 10 canções. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 10 canções. Mostrar todas as mensagens

domingo, abril 13, 2008

10 canções - parte 9/10



The The - This Is The Day


Esta é dedicada à POP INGLESA, à boa pop inglesa dos Violent Femmes, The Sound, Talking Heads, The Smiths, Duran Duran, Dexy's Midnight Runners, The Waterboys, The Psychedelic Furs, Simple Minds, The Cure entre muitas outras bandas. Esta música é me especial porque contém no seu âmago uma promessa de mudança, uma alteração da rotina, um novo dia, um nascer do sol, uma nova oportunidade. Fazia-me sentir bem e vivo quando a dançava em festas do verão da minha adolescência e ainda hoje sou um pouco conquistado por essa promessa e isso é tudo que me atrevo a pedir a uma música. Esta música faz parte da banda sonora da minha vida.

quinta-feira, abril 10, 2008

10 canções - parte 8/10




Tom Waits - I hope that i dont fall in love with you

Tom Waits! Que doce mistério! Tom Waits canta a vida, toda a vida, todos os pormenores de todas as vidas e quando assim é, um artista pode realmente ser chamado de artista, mas principalmente de Homem. Se eu conseguisse compor duas músicas de qualquer álbum dele, era um homem feliz com a arte e com o desejo que todos temos em alguma parte da nossa vida em expressarmos a nossa criatividade. Que estranha forma de vida, de expressão, de sentimento puro de vida. A música de Tom Waits é a música dos falhados, dos que se perderam na vida e no amor, mas talvez dizer isto seja redutor para o que aprendi nas suas letras. Quem canta a vida e morte nada teme, de nada tem medo. Para mim toda a música do século XX é representada por Tom Waits, numa altura ou outra da sua longa carreira. Primeiro estranha-se depois entranha-se como me disse alguém. Penso que é o cantor que mais fez pela música popular no século XX. Anos noventa, bem medidos! Podiam ser quase todas as músicas mas escolhi esta, do primeiro álbum (Closing Time, 1973), tinha eu um anito.

sexta-feira, março 28, 2008

10 canções - parte 6/10


Pixies - Gigantic


A banda que me salvou a vida. Não literalmente claro, mas que me ajudou a perceber que o rock ´n´roll não estava morto. Anos noventa parece-me, mas não posso ter a certeza absoluta desse facto. O que posso ter a certeza absoluta é que os Pixies apareceram com o álbum Surfer Rosa (1988) quando já ninguém esperava por eles, e com isso, ajudaram na pós-revolução que segurou o rock, não o deixando desfalecer em lenta agonia, inflamando-o de ar fresco e puro que se prolongou talvez, até ao Nevermind dos Nirvana. Os Pixies são, e confesso agora e talvez nunca mais, a minha banda preferida de todos os tempos; se disserem que eu disse isto, eu desminto categoricamente. Escolhi esta música porque é cantada pela Kim Deal, desculpa Black Francis, eras tu ou o Lou Reed. Eu explico. Aqui a escolha está ligada ao facto doloroso de a próxima música nesta lista, não ser a Nico, dos Velvet Underground a cantar "I´ll Be Your Mirror", mas tinha de misturar a sedução feminina neste enredo, sem a vossa suavidade e encanto todas estas as listas ficam amputadas. A verdade, é que podia ter escolhido uma dezena de músicas dos Pixies, enfim todas.

terça-feira, março 25, 2008

10 canções - parte 5/10


U2 - Running to Stand Still


Não tenho a certeza se foi o álbum Boy de 1980, ou o War de 1983 o primeiro que conheci destes irlandeses que não precisam de apresentação, mas parece-me que essa informação não é importante, até porque a música que escolhi, depois de muito matutar, não é de nenhum deles, mas podia muito bem ser, como por exemplo I Will Follow ou New Year´s Day. As datas podem não ser as mais exactas e nem são assim tão relevantes, mas ainda estamos na década de oitenta. O meu melhor amigo tinha um irmão mais velho que tinha algumas pérolas em vinil entre as quais dois ou três álbúns dos U2, e mais algumas coisas muito apetíveis à nossa curiosidade juvenil. Passávamos algumas tardes a ouvir os discos às escondidas do irmão, e assim a minha dedicação pelos U2 foi-se cimentando pouco a pouco. Um dia arranjei coragem e lá pedi ao irmão mais velho, para me gravar uma cassete com os U2, mas não foi uma cassete normal, foi uma TDK Ferro de 90 minutos, virgem, uma preciosidade cravada aos pais. Na mesma altura e com o mesmo amigo, passávamos tardes a jogar Subbuteo e a ouvir em directo ou gravado (ainda tenho algumas dessas gravações) o programa de António Sérgio "Som da Frente" (agora quando ouço a sua voz em anúncios lembro-me sempre dessas tardes). Era a altura dos tele-discos, dos programas como o Countdown, numa época que a MTV (graças a deus), era ainda uma miragem. Echo And The Bunnymen e Joy Division são outras bandas que me ficaram desses tempos. Escolhi uma música do álbum Joshua Tree de 1987, porque nessa altura andava a aprender a tocar guitarra e esta música só tinha três acordes mas muita emoção, um lento crescendo ritmico que acompanha a letra como poucas vezes ouvi (Heroin dos Velvet é muito semelhante neste crescendo ritmo/letra. As notas são as mesmas). Centenas de vezes devo ter tocado e cantado esta música sozinho no quarto, até que me afeiçoei definitivamente a ela.

sábado, março 22, 2008

10 canções - parte 4/10



Ramones - Do You Remember Rock´n´Roll Radio

Os Ramones são do tempo das rádios piratas aqui no Porto, como a Rádio Caos (93.4 MHz) na Praça da República ou da Rádio Cultura (90.0 Mhz) no Marquês. Existia um programa, emitido pela Caos, todos os fins de tarde, que tinha como genérico a música dos Ramones, Do You Remember Rock ´n´Roll Radio. Cheguei nessa altura, com um amigo mais velho, a fazer alguns programas na Caos (tinhamos praticamente de pagar para manter o programa). Durante essas sessões fiquei a conhecer mais bandas do que até então. Aliás nunca tinha visto tantos discos juntos em toda a minha vida. Joy Division, Durutti Column, Echo And The Bunnymen, Killing Joke, U2, Cabaret Voltaire, Devo, The Fall, The Sonics, The Who, Bauhaus, entre muitas outras bandas que explodiam numa Inglaterra infestada pelo liberalismo de Thatcher e do pós-punk. Os Ramones são americanos mas marcam a minha passagem entre o punk e o pós-punk, a viragem para outro tipo de som, outras letras, outras músicas, o percurso até ai feito de dentro para fora, começou a fazer-se no sentido inverso. A quarta música é o Do You Remember Rock ´n´ Roll Radio para dançarem ai em casa, eu vou concerteza.

sexta-feira, março 21, 2008

10 canções - parte 3/10

Bruce Springsteen - Thunder Road

Seria muito injusto não referir a paixão que senti pelas músicas do Bruce Springsteen. Quase ao mesmo tempo do punk, aqui a ordem cronológica pode não ser a exacta, andei a coleccionar discos do Boss. A América fascinava-me na altura, ainda me fascina agora, e nada melhor do que as letras dos primeiros álbuns do Springsteen para sorver um pouco dessa terra tão distante e cheia de mistérios. Conheci a sua música quando foi lançado o mega-super estrondoso e lider de tops de vendas, Born In The U.S.A (1986), mas os discos antes desse são mais carne e sangue, mais sentimento, mais reais, mais a América desconhecida dos desalentos e terras prometidas. As auto-estradas que cruzam terriolas perdidas são a última salvação para quem quer fugir do vazio e partir atrás do sonho. Amores desavindos, filhos não programados, pessoas desempregadas e casas com hipotecas demasiado caras, gente que perde o norte e invariavelmente parte, gente como a gente realmente é. Curiosamente, ou não, foi através de pesquisas sobre o Springsteen que fiquei a conhecer escritores como Jack Kerouac e Jack London, cinestras como Coppola e os irmãos Coen e músicos como Elvis Costelo e Tom Waits, estavam os três num disco que comprei em homenagem a Roy Orbinson, chamado Roy Orbinson and Friends. O que sei sobre a América tem as suas raizes na música de Springsteen e se existe alguma canção que melhor junta as facetas da sua música é Thunder Road (1975), que fica aqui como a terceira música. Uma justa referência ao álbum Nebraska (1982), todo ele acústico e o único que ainda ouço com prazer hoje em dia.

quinta-feira, março 20, 2008

10 canções - parte 2/10


Tha Clash - Spanish Bombs

Fins dos anos oitenta, o punk já tinha estalado há muito tempo em Inglaterra, mas em Portugal estava no auge, para mim claro. Foi em casa de um amigo meu que ouvi o London Calling dos Clash pela primeira vez. Apesar de ele estar sempre a ouvir a música que intitula o álbum, eu sempre preferi o Spanish Bomb. Se tenho de fazer uma lista, tenho de incluir o Spanish Bomb. Mas para incluir esta música como icón daquele época, tenho também de falar certamente de músicas dos Sex Pistols, dos Ramones, dos Television, dos Buzzcoks, da Patti Smith, dos Dead Kennedys e de outros tantos. Esta é segunda canção mas a terceira deve certamente sair da lista de bandas que mencionei em cima.

quarta-feira, março 19, 2008

10 canções - parte 1/10


Sérgio Godinho - Com Um Brilhozinho Nos Olhos

Hoje acordei de sonhos inquietantes. Um sonho não termina quando acordamos, mas que se prolonga pelo resto do dia como uma pulga que teima em ser descoberta. Neste sonho pediram-me para escolher as dez melhores canções de sempre e os dez melhores livros de sempre. Acordei com suores frios e tremoras mas, apesar de tudo não passar de um enorme pesadelo, vi-me na obrigação de levar a cabo tão assustadora tarefa. Passei o dia a remoer nas músicas que me tinham marcado e decidi começar pela mais tenra idade. Recuei no tempo, recuei tanto que acabei a remexer em velhas caixas cheias de pó e cassetes baforentas até descobrir, bem lá no fundo, uma gravação de 1975, feita com os meus tios. Na fita negra esta gravado uma pequena voz cantando, Grrrrrandola Bela Morrrrrena. Em música de fundo ouviam-se as palmas da família babada. Deveria o Grandola Vila Morena a primeira desta lista? E o Com Um Brilhozinho nos Olhos do Sérgio Godinho já lá para os oitentas? A primeira música que soube cantar do princípio ao fim? E a Balada da Rita e o Antes no Poço da Morte? Gosto muito da música do Zeca, mas já não bateu forte para quem nasceu em 72, apesar de nunca ser tarde demais. A primeira música vai para o Sérgio Godinho, chama-se Com um Brilhozinho nos Olhos (É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há), e engloba a Balada da Rita, Antes do Poço da Morte e Grandola Vila Morena do Zeca Afonso. Já agora uma menção honrosa para o Bairro do Amor do Jorge Palma, praticamente da mesma altura, mas descoberta bem mais tarde. A partir daqui as escolhas tendem a ficar mais nebulosas.