segunda-feira, maio 30, 2005

Berço

Foi o rio que me fez voltar,
Confesso agora e nunca mais
Encolhido e lamacento.
Não o mar aberto e azul
Imaculada asa de gaivota,
Mas a tainha suja do cais.

Obrigas ao regresso,
Cidade escura e rabugenta,
Escuridão do meu sótão,
Mil curvas sem céu.
Sem ti sou carne e osso
Sem interior sem paixão.

Nasceste vou morrendo,
Mudei vais erguendo,

Amanhã não suporto,
A mão dada em lento brando.

Vou partir outra vez,
Embalado
No granito dos teus cabelos.
Confesso que vou regressar.

3 comentários:

Nuno Vieira disse...

o caminho está aberto
o avançado é temivel
rematou forte e certo
mas o guarda-redes é imbativel.

Anónimo disse...

...mal falhou...
Sorrateiro, firme e decidido
na ressaca,
o centro-campista
vindo de outro campeonato
fez-lhe uma cantada
e marcou.

Nuno Vieira disse...

o fiscal de linha
que não estava comprado,
levantou a bandeirola
o golo foi anulado.